quinta-feira, 25 de novembro de 2010


           

Uma história de vida

           Me chamo Eduardo Marins e sou paraplégico, por causa de um acidente de carro no qual um motorista em alta velocidade bateu em mim e tive paraplegia. A minha infância foi maravilhosa, nasci em uma cidade no interior do Paraná. Com quatro anos de idade me mudei para Rondônia e passei a minha infância toda morando em um sítio. Lá eu tinha bastante espaço para ter uma infância feliz. Com meus onze anos eu e meus pais nos mudamos para uma cidade pequena.
            Eu sempre gostei de estudar e como na cidade em que morava não tinha faculdade e eu gostava da área de TI, fiz o vestibular para Sistemas de Informação. A faculdade era em outra cidade a 135 km da onde eu me encontrava, eu ia de moto até a cidade de Rolim de Moura para pegar um ônibus para chegar lá.
            Comecei a trabalhar no ano de 2003 na própria cidade aonde eu estudava em uma empresa que desenvolvia e prestava suporte em programas de gerenciamento comercial. E em meados 2006 me formei. Nessa época eu morava só e trabalhava muito, jogava bola toda semana, andava de moto, dirigia.
            Porém, no dia 25 de agosto de 2007, minha vida mudou completamente. Sofri de um acidente de carro e tive duas vértebras fraturadas na altura do peito, onde houve uma compressão medular causando uma lesão medular, que me deixou paraplégico. Os primeiros meses foram difíceis, tive que voltar a morar com meus pais, mas o importante é que tive muito apoio familiar e de meus amigos que sempre me deram muita força na época.
            Comecei a fazer fisioterapia e também, alguns serviços em casa para a empresa em que trabalhava para me ocupar um pouco. Sempre tentei fazer o máximo de coisas possíveis para conseguir novamente a minha independência. Eu não saia muito até porque a cidade não era tão acessível para mim e sempre precisava de ajuda. Foi então que comecei a estudar para concursos públicos e no ano de 2010 passei para um em Brasília. Nesse meio tempo voltei a dirigir e em abril saiu a minha nomeação e me mudei para lá, onde meu pai ficou comigo um mês até eu me adaptar a morar só. A cidade é bem mais acessível para deficientes, à lei de cotas para portadores de necessidades especiais hoje pelo menos, na área pública, é cumprida.
             Hoje sou totalmente independente, moro só, cozinho, faço a faxina de casa, lavo, passo roupa, etc. E tenho uma namorada maravilhosa que sempre está comigo e me apóia muito.
            Nada na vida é fácil, mas com força de vontade podemos ser felizes em qualquer situação, basta querermos isso e ir atrás. Hoje tenho mais valor à família, aos verdadeiros amigos e a Deus, pois, sem eles eu não estaria aqui. Sou uma pessoa feliz e realizada e mais feliz que antes do acidente.
            Quanto ao meu futuro, acredito que os estudos com células troncos trarão benefícios. Acredito que voltarei a andar, mas não vivo em função disso. Pretendo prestar outros concursos, mudar para outra cidade, me casar, ter filhos e uma família. Pois a vida passa e temos uma escolha, ou vivemos realmente a vida ou simplesmente passamos por ela, e eu escolhi que irei vivê-la da melhor maneira possível.

Por Lucy Cruz
Texto 3 - Perfil

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